Pular para o conteúdo principal

Gestão por competência - pt5

3 CONCEITOS
  3.1 COMPETÊNCIA
Como apresentado no capítulo anterior, o conceito de competência muda de acordo com a abordagem que vem sendo estudada e aplicada por diversos sistemas e modelos de gestão por competências há mais de três décadas, dentre os quais se destacam:
Segundo Domingos apud Gramigna “é um conjunto de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes, que afetam a maior parte do trabalho de uma pessoa, e que se relacionam com seu desempenho no trabalho” (apud LEME, 2008a, p.17).

Já Fleury e Fleury (2001, p.188), como demonstrado na figura 2, definem Competência como:


Um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades, que agreguem valor econômico a organização e valor social ao individuo.




Figura 2 – Competências como Fonte de Valor para o Individuo e a Organização
                                                           (FLEURY E FLEURY, 2001, p.188).
O que significam os verbos expressos neste conceito? O quadro 1, inspirado na obra de Le Boterfapud Fleury e Fleury (2001), propõe algumas definições:
Quadro 1 – Competências para o Profissional (FLEURY; FLEURY, 2001, p.188).

 Dutra (2001, p.29) acrescenta a essa definição a noção de entrega, que corresponde aos atos, realizações e resultados que a organização espera e necessita dos seus colaboradores, ou seja, o nível de agregação de valor para a empresa ou negocio: “o termo entrega refere-se ao individuo saber agir de maneira responsável e ser reconhecido por isso, de acordo com a definição de competência sugerida por Fleury”. 
Dutra, Hipólito e Silva (2000, p.164) por sua vez, procuram empregar a competência como “capacidade de a pessoa gerar resultados dentro dos objetivos estratégicos e organizacionais da Empresa”, JáParry apud Leme (2008a, p.17) define como:
Um agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes correlacionadas, que afeta parte considerável da atividade de alguém, que se relaciona com seu desempenho, que pode ser medido segundo padrões preestabelecidos, e que pode ser melhorado por meio de treinamento e desenvolvimento.
Zarifian (2001, p.68) propõe como definição: a competência é o tomar iniciativa e o assumir responsabilidade do individuo diante de situações profissionais com as quais se depara”. Nessa definição, enfatiza-se o que muda fundamentalmente na organização do trabalho: o recuo da prescrição, a abertura do espaço para a autonomia e a automobilização do individuo. Fica evidente que privilegia uma atitude social e funcionamentos organizacionais novos, que a competência requer, relativamente aos saberes que ela mobiliza.
Leme (2008a, p. 17) apresenta algumas dessas definições e afirma que apesar de serem diferentes, a essência é a mesma. Elas se completam, e que pelas descrições das mesmas podemos extrair os chamados “Pilares das Competências”, que são as três famosas letrinhas que formam o “CHA”.
3.2 DESDOBRAMENTO DO CHA
Leme (2008a, p.15) define como Competências Técnicas tudo que o profissional precisa saber para desempenhar sua função, idiomas, sistemas de computação, ferramentas, etc., ou seja, tudo que precisa para ser um especialista tecnicamente. Já Competências Comportamentais é tudo que o profissional precisa demonstrar como seu diferencial competitivo e tem impacto em seus resultados, por exemplo: criatividade, flexibilidade, foco em resultados e no cliente, organização, planejamento, controle, liderança e tantas outras.
O grande desafio da gestão por competência é mensurar comportamentos. 
Comportamento é um hábito que deve ser criado ou inserido nas pessoas e podemos observá-lo e classificá-lo como adequado ou não, além do fato de ser possível melhorá-lo simplesmente produzindo mudanças no ambiente que elas estão inseridas.
Leme (2008a, p.16) afirma que é possível sim mensurar comportamentos, pois as mudanças são de fácil visualização, de acordo com sua definição:
Comportamento não é exatamente o que fazemos, mas, sim, o que os outros observam das reações que temos em um ambiente (organizacional) e em dadas circunstancias (na execução nossas tarefas, responsabilidades, ao gerenciar uma equipe, solucionar um conflito, ao nos depararmos com um problema etc.). 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser

A Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser. William Glasser foi um psiquiatra americano (1925-2013), conhecido como o desenvolvedor da Teoria da Escolha e sua aplicação na área da Educação. Através da qual ele afirma que nenhum ser humano é totalmente desmotivado: “Ninguém, apesar de todos os problemas enfrentados, acredita e deseja o seu próprio fracasso. Pelo contrário, gosta de aprender diariamente”. O pesquisador acreditava que ameaças, xingamentos, castigos e punições não eram suficientes para o aprendizado, pois ele não nasce de fora para dentro. Ao contrário dessa postura, a escolha e o desejo pelo estudo nasce de dentro para fora, pois, segundo o autor, é um movimento de liberdade pessoal. A partir de toda essa ideia chegamos à pirâmide de aprendizado proposta pelo autor: A educação, para que seja assertiva, não deve se limitar à memorização mecânica e técnicas similares que contribuem pouco para esse aprendizado. Visite nosso blog: http://competenciatota...

Fazendo acontecer a coisa certa - Livro

Fazendo acontecer a coisa certa Um guia de planejamento e execução para líderes – Pascal Dennis Editora: Lean Institute Brasil, 2007. 247 pág. Fazendo acontecer a coisa certa" ensina líderes empresariais a colocarem em prática o chamado Desdobramento Estratégico do Plano de Negócios da empresa, mas seguindo os preceitos lean.

O Relatório IRRF Day Trade serve apenas para simples conferência

De acordo com o art. 63 da IN RFB 1585/15, os rendimentos auferidos em operações de day trade, realizadas em Bolsas de Valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, por qualquer beneficiário, inclusive pessoa jurídica isenta, sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda na fonte, à alíquota de 1 % (um por cento). O objetivo do Relatório Auxiliar é demonstrar os valores que serviram de base para a retenção deste imposto, e que são informados à Receita Federal do Brasil, na Declaração de Impostos Retidos na Fonte - DIRF. Este relatório é para simples conferência. O documento que serve de base de cálculo para a apuração mensal dos ganhos líquidos em operações de renda variável é a NOTA DE CORRETAGEM. Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos, as perdas incorridas nas operações de renda variável nos mercados à vista, de opções, futuros, a termos e assemelhados, poderão ser compensadas com os ganhos líquidos auferidos, no próprio mês ou ...