O Conhecimento é o saber, é o que aprendemos nas escolas, nos livros, no trabalho, nas universidades, na escola da vida. Sabemos muito, mas não utilizamos tudo o que sabemos. A Habilidade e o saber fazer, é tudo o que utilizamos de nossos conhecimentos no dia a dia, enquanto que a Atitude é o que nos leva a exercitar nossa habilidade de um determinado conhecimento, pois ela é o querer fazer. No quadro 2 (abaixo) pode-se verificar como ocorre o desdobramento do CHA:
Quadro 2 – Desdobramento do CHA (LEME, 2008b, p.3).
Pode-se utilizar como exemplo prático, um médico que passou vários anos na Universidade, de nada adianta se ele não for ao hospital diariamente praticar todo o seu conhecimento. Temos um Conhecimento sem Habilidade, pois faltou Atitude para atingir esse objetivo. O C sem o HA não é considerado como competência.
3.3 CARACTERÍSTICAS DAS COMPETÊNCIAS
Competência é a capacidade de mobilizar conhecimentos, valores e decisões para agir de modo pertinente numa determinada situação. Portanto, para constatá-la, há que considerar também os conhecimentos e valores que estão na pessoa e nem sempre podem ser observados.
Competências e habilidades pertencem à mesma família. A diferença entre elas é determinada pelo contexto. Uma habilidade, num determinado contexto, pode ser uma competência, por envolver outras subabilidades mais especificas. Por exemplo: a competência de resoluções de problemas envolve diferentes habilidades, entre elas a de buscar e processar informação. Mas a habilidade de processar informações, em si, envolve habilidades mais específicas, como leitura de gráficos, cálculos etc. Logo, dependendo do contexto em que está sendo considerada, a competência pode ser uma habilidade. Ou vice-versa.
Para ser competente, há a necessidade de dominar conhecimentos, mas também precisa saber mobilizá-los e aplicá-los de modo pertinente à situação. Tal decisão significa vontade, escolha e, portanto, valores. Essa é a dimensão ética da competência. Que se aprende e que também é aprendida.
A capacidade de tomar decisões e a experiência estão estreitamente relacionadas na operação de uma competência. Tomar uma decisão, muitas vezes, implica certo grau de improvisação, mas orientada pela experiência. Não e por outro motivo que um piloto treina centenas de horas de vôo antes de ser considerado apto a comandar um Boeing. É essa experiência que dá ao piloto condições de tomar uma decisão pertinente.
Em resumo: a competência só pode ser constituída na prática. Não é o só saber (conhecimento), mas o saber fazer (habilidade). Aprende-se fazendo, numa situação que requeira esse fazer determinado (atitude). Se um professor quiser desenvolver competências em seus alunos, tem ir além do ensino para memorização de conceitos abstratos e fora do contexto. É preciso que eles aprendam para que serve o conhecimento, quando e como aplicá-lo.
3.4 CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS
Em seu livro “A Força e o Poder das Competências”, Resende (2004), afirma que já estão consolidadas duas categorias de competências– Pessoais e Essenciais – que foram lançadas, segundo o autor, por McClelland e pela dupla Prahalad e Hamel e segue apresentando duas novas categorias de Competências – Competências de Gestão e Competências Organizacionais – Este livro não só sugere como também defende estas duas últimas categorias de competência por se tratarem das mais importantes dentre as quatro e por apresentarem caracterização e classificação próprias.
3.4.1 Competências Pessoais
Reúnem as aptidões, as habilidades, os comportamentos (posturas) manifestos e o domínio e a aplicação de conhecimentos. As aptidões são inatas que desenvolvidas transformam-se em habilidades e são classificadas em:
· Físicas e motoras: força física, saúde, flexibilidade corporal etc.;
· Emocionais: saudade, humor, entusiasmo etc.;
· Mentais: raciocínio, memória, compreensão etc.
Habilidade é a capacidade de manifestar aptidões de forma desenvolvida e diferenciada.
Comportamento é a única manifestação humana que depende só da vontade. Não é inato e nem requer estudo para tê-lo, tais com ética, lealdade, coerência, pontualidade, seus padrões são estabelecidos pela sociedade e pelas organizações. Conhecimentos se confundem com o próprio conceito de Competência, pois enquanto as aptidões, as habilidades e comportamentos existem em quantidades limitadas, os conhecimentos são ilimitados, tendendo a crescer ou a se renovar.
3.4.2 Competências Essenciais
Também conhecida como competências estratégicas. Possui duas abordagens. Na primeira, a ênfase foi dada nas capacidades de possuir e de adaptar/transformar tecnologias para se ter sucesso nos negócios. Na segunda, ela amplia a idéia de competências essenciais, não sendo tão ausente dos fatores humanos e gerenciais como parecia na primeira abordagem. Embora se refiram às questões principais das operações e dos negócios, resultam muitas vezes do emprego associado de diversas competências técnicas, organizacionais, gerenciais e humanas.
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