(Texto original de Malba Tahan)
Seis senhores cegos estavam sentados à beira de uma estrada, pedindo esmolas. Quando de repente, ouviram um barulho de um animal se aproximando, era um elefante, porém eles não faziam a menor ideia de como seria este animal.
Aproximou-se deles então, um homem conduzindo o elefante, que era domesticado e bastante dócil. Informados sobre o animal, pediram ao homem que parasse e lhes permitisse examinar o animal.
Impossibilitados de vê-lo, iriam conhecer pelo tato - como fazem os cegos - o bicho que lhes interessava.
O primeiro cego apalpou o elefante na barriga e disse: Já sei! o elefante é tal qual um muro, forte e áspero.
O segundo passou as mãos pelas presas e afirmou: Enganou-se, meu amigo. O elefante é mais parecido com lanças do que com muros; é redondo, liso e agudo nas extremidades. Eu é que sei como é um elefante.
O terceiro correu os dedos pela tromba do paquiderme e declarou com segurança: Ambos estão enganados. Quem tiver a menor parcela de senso percebe que o elefante é parecido com uma grande cobra.
O quarto cego, porém, estendeu os braços, abraçou uma das pernas do animal e disse: O pior cego é o que não quer ver. O elefante, não há dúvida, é assim a modo de uma palmeira. Asseguro que ele é roliço e alto que nem um coqueiro.
O quinto cego, homem de elevada estatura, alçando a mão, apanhou a orelha do elefante: apalpou-a e afirmou categoricamente: Parecem tontos! O elefante é uma grande ventarola!
Adiantou-se, finalmente, o sexto cego, e, segurando o elefante pela cauda exclamou: Quanta cegueira. Vocês não percebem patavina nenhuma. O elefante nada tem de parecido com muro, lança, cobra, palmeira ou ventarola! Tudo isso é ridículo! O elefante é apenas um pedaço de corda.
O homem, então, tocou o elefante; o enorme animal continuou a viagem e os seis cegos ficaram à beira da estrada discutindo, exaltados, insultando-se uns aos outros com pesadas palavras, porque não chegavam a um acordo sobre a forma exata de um elefante.
Muitas pessoas que encontramos são parecidas com os cegos da beira da estradas , tiram conclusões apressadas e falsas sobre coisas que não conhecem, na convicção de que estão falando a verdade.
Se os cegos tivessem partilhado suas informações, tivessem trabalhado em equipe, chegariam a uma conclusão diferente, bem próxima da realidade de como é um elefante.
Para obtermos uma visão o mais integral possível do que é uma pessoa, devemos reunir, numa unidade, os numerosos aspectos que podem ser observados no ser humano.
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